Junho 25, 2008
Shyznogud
Chamem-lhe altruísmo, espírito de caridade, ou o que quiserem para descrever o meu estado de espírito matinal. Ao abrir o Público esta manhã senti-me compelida a partilhar convosco pelo menos parte de uma maravilhosa crónica de Isilda Pegado. Fiquei sem palavras... logo elas que são tão importantes e elucidativas do que nos vai no íntimo. Gosto muito da frase que "avermelhei", é tão gira, tão fresca, "sei lá"...
O Zé e Ana estão casados há 15 anos e têm dois filhos, ele é engenheiro e ela secretária. Ele, sabe-se lá porquê, ultimamente chega a casa bebe uns uísques e... bate na Ana. À terceira vez, a Ana apresentou queixa na GNR, para "ver se ele tem respeito a alguém". A Ana gosta do Zé e não se quer divorciar, apenas pediu ajuda para "esta fase má" do casamento.
Hoje, com a lei actual, a Ana não tem medo de apresentar queixa porque o casamento não é posto em causa por esse facto. Amanhã, com a nova lei do divórcio, o Zé com cópia da queixa apresentada na GNR pode divorciar-se (art. 1.781.º, al. d), nova versão). O Zé usa a sua própria violência para pôr fim ao casamento.
Acontece que a Ana ganha mil euros por mês, mas o marido aufere 5000 euros por mês. Sempre foi assim. Ele ganhava cinco vezes mais do que ela. É certo que ela orientava a casa, mas ele também ajudava nas tarefas domésticas (como qualquer casal moderno...).
(...)
(podem ler o resto na página 42 da edição de hoje do Público)