Fevereiro 12, 2008
Cenas Obscenas
Começou a corrida à nova ponte. Primeiro era Chelas-Barreiro e Beato-Montijo. Hoje ouvi que há, pelo menos, mais três propostas, uma Algés-Trafaria, uma Alverca-Alcochete e, até, uma Olaias-Montijo. É a proposta de um senhor major reformado, que disse à televisão que é o projecto o ideal porque liga mesmo o centro de Lisboa. Uma maravilha, pensei eu, uma ponte a debitar 100 automóveis por minuto à hora de ponta mesmo, mesmo no centro da cidade que, como toda a gente sabe, está sempre vazio. Pensei um bocadinho e achei que o melhor era mesmo construir uma ponte no prolongamento da Rua Augusta. Onde iria dar, se Almada, se o Barreiro ou a Baixa da Banheira, não importa. Era indiferente. O importante é que abastecia devidamente a Baixa e a cidade daquilo que ela carece mais, ou seja, automóveis.
No fim, achei que estava a ser injusto. O melhor era mesmo fazer todas, e ligadas. Uma rede ferro-rodoviária no meio do Tejo, com rotundas, semáforos, sentidos únicos, estações de serviço, estacionamentos pagos, obras e buracos, e portagens, muitas portagens. Resolvia-se a crise do desemprego e poupavam o país a discussões estéreis. Boa?