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Womenage a Trois

Women's True Banal Stories - womenageatrois@gmail.com

Julho 15, 2008

Shyznogud

 

Também posso ir ao baú de sons, ouviste, ó implicante? Será que te agradam mais os passeios sonoros? Já andava com vontade de "alhurar" há muito tempo porque não é fácil encontrar estes sons, do primeiro ábum de Né Ladeiras editado em 1982. Quando, há uns anos largos, o tentei encontrar para o oferecer a um admirador confesso da senhora vi-me e desejei-me e acabei por recorrer a estratagemas muito rebuscados... mas consegui. Acabaste por me servir de pretexto, caro Vasco*, porque, e mantenho o que disse antes, «“blogosfera” também serve para armazém e recuperador de memórias)».

 

 

Julho 14, 2008

FuckItAll

Julho 14, 2008

Shyznogud

Ontem passou na SIC - N , em repetição, um documentário sobre a política do filho único na China (acalmem-se, não vou ter uma descarga de fel provocada por aquela mui interessante excepção do "se o primeiro filho for uma rapariga podem ter um segundo sem pagar multa", afinal hoje é segunda-feira e não me parece sensato começar a semana de garras afiadas) e, a páginas tantas, descreve-se a obesidade infantil, em aumento galopante, de uma forma ma-ra-vi-lho-sa, "a doença dos seis amores" (1 mãe+1 pai+2 avós+2 avôs).

Julho 14, 2008

Shyznogud

Julho 14, 2008

Shyznogud

 

Em 1989, quando se celebrava o bicentenário da Revolução Francesa, o Le Monde teve uma iniciativa editorial interessantíssima, lançar o "Le Monde de la Révolution", cujos números (1 por mês) estão carregados de informação, debate, etc.. Como em tudo há sempre algo que nos faz sorrir, hoje de manhã, quando tirei esta foto, reparei que até as campanhas publicitárias que faziam parte do jornal tinham lógica. As Editions Complexe, por exemplo, tinham como frase-mote da sua campanha "Aux Livres Citoyens!"

Julho 13, 2008

Shyznogud

Ontem passei parte da tarde folheando o Noites Tropicais de Nelson Motta,  "Um relato sem censura dos últimos trinta anos da nossa música – uma das maiores contribuições brasileiras à beleza e alegria do mundo.(...)". Como o autor está profundamente ligado à cena musical brasileira logo a partir de 1960* é muito divertido ver desfilar todos os nomes grandes da música brasileira, as suas pancas, os seus vícios, ao mesmo tempo que nos vai sendo apresentado o contexto em que toda aquela efervescência musical se desenvolvia. Os "anos de chumbo" da ditadura brasileira e da censura estão, naturalmente, presentes. E é um dos episódios ligados à censura - um dos menos pesados, que hoje estou muito levezinha - que me inspirou o Sound Trash de hoje e que surge no meio da descrição da vida do The Frenetic Dancing Days, a discoteca de que Nelson Motta foi proprietário (e que inspirou o título - e não só -  de uma muito popular telenovela que fez sucesso também aqui, em Portugal).  O mote dos "anos Dancing Days" é dado, logo na noite de abertura, quando Rita Lee canta "Arrombou a festa" ("que gozava e sacaneava os grandes personagens da música popular brasileira." p.296), cuja letra, a certa altura, dizia

 

Ai, ai meu Deus

o que foi que aconteceu

com a música popular brasileira?

Todos falam sério, todos eles levam a sério

mas esse sério me parece brincadeira...

 

Adiante... Ora bem, uma das particularidades do Dancing Days era ter empregadas de mesa originais, as Frenéticas que, a meio da noite, largavam as bandejas e subiam ao palco. As sexy Frenéticas rapidamente se tornaram tão populares que se justificou repertório próprio. E é aqui que entra a censura na história. Passo a palavra ao autor «Pensando nelas, escrevi uma letra de música e mandei para Rita Lee e Roberto Carvalo em São Paulo:

 

Eu sei que eu sou

bonita e gostosa

e sei que você

me olha e me quer

eu sou uma fera de pele macia

cuidado, garoto, eu sou perigosa

 

Alguns dias depois, eles mandaram uma fita com a música pronta (...) e uma preciosa contribuição de Rita no final da letra. A que mandei para eles terminava assim:

 

Eu posso te dar um pouco de fogo

eu posso prender você meu escravo

eu faço você feliz e sem medo

eu vou fazer você ficar louco, muito louco, muito louco....

 

E Rita acrescentou, femininamente:

...dentro de mim.

 

(...)mas a Censura jamais aprovaria uma letra assim. Então, quando mandamos o pedido de autorização, só com a letra escrita, colocamos "dentro de mim" não como o último, mas como o primeiro verso da letra:

 

Dentro de mim

eu sei que eu sou

bonita e gostosa

 

Deu certo. "Perigosa" foi liberada e na gravação as frenéticas "esqueceram" de cantar "dentro de mim" na abertura e cantaram todas as outras vezes, até ao final, quando ficavam repetindo "dentro de mim" entre gemidos lúbricos e toda a sorte de sacanagem».(pp.300/3001)

 

*há uma espécie de clic que o fez interessar por música, em 1958, quando tinha 14 anos, e que descreve logo no início do livro

«Eu não gostava de música.

Só as de carnaval, nas chanchadas da Atlântida. O rádio era para futebol e programas humorísticos.

Com 13 anos meus maiores interesses eram literários, esportivos e sexuais. (...)Mas naquelas férias de 1958, em São Paulo, não só comecei a fumar como ouvi (...) João Gilberto cantando "Chega de Saudade"(...) fiquei chocado, sem saber se tinha adorado ou detestado. Mas quanto mais ouvia mais gostava. Na volta ao Rio comprei o disco, comi a cozinheira e abandonei a natação» (p.9)

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