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Womenage a Trois

Women's True Banal Stories - womenageatrois@gmail.com

Agosto 30, 2007

Shyznogud

As minhas meninas andam às compras e acabaram de me mandar um mms com uma merdice onde estava escrito o seguinte "TJA... IK HOOP DAT IK HET KAN VOLHOUDEN", acompanhado pelo seguinte apelo "O que é que está aqui escrito?". Perante a minha incapacidade em ajudá-las, que lhes comuniquei prontamante, apanhei com a seguinte réplica "Arranja-te, homem!" (cá está, a baralharem os géneros desde pequeninas... tsc tsc, que fado lhes estará guardado?). Ora bem, sou bem mandada e como não consigo desemerdar-me sozinha utilizo o blog para pedir ajuda. Anyone?

Agosto 30, 2007

Shyznogud

Agosto 30, 2007

FuckItAll

1. Deixo aqui dois singelos links para "papinhas feitas", apelos prêt-à-emailer da Amnistia Internacional em relação às seguintes questões ligadas à violência sobre mulheres:
E um link para a página geral da campanha Stop Violence Against Women da AI, para quem queira ler mais ou subscrever a newsletter deles para notícias regulares.
2. Aproveito para, a propósito da crítica que o Cenas fez em baixo quanto aos perigos e perversões das "lutas feministas", e fazendo o meu papel de antropóloga de serviço, deixar uma citação de que gostei, para lembrar que voluntarismos excessivos, sobretudo quanto a direitos em locais geográfica e/ou culturalmente distantes, podem tornar-se um presente envenenado para aqueles que queremos ajudar:
Chandra Mohanty (1994) critiques what she sees as a monolithic Western feminism, and equates it with a variety of colonial discourse. Its universalizing rhetorics she sees as reductionist: "Men exploit, women are exploited. Such simplistic formulations are both historically reductive; they are also ineffectual in designing strategies to combat oppressions. All they do is reinforce binary divisions between men and women".
Peter Metcalf (2002) They Lie, We Lie. Getting on with Anthropology. London: Routledge: 119.
citando:
Chandra Mohanty (1994) "Under Western Eyes: Feminist Scholarship and Colonial Discourse", in P. Williams & L. Chrisman (eds) Colonial Discourse and Post-Colonial Theory: A Reader. London: Arnold: 207.

Agosto 30, 2007

Cenas Obscenas

Este vem direitinho da perplexa Sofia Neves. E dirigido, em tom mais pessoal, à FuckItAll (agradece aí, ó pázinha). Segundo a promotora do prémio, este premeia mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor. A escrita no feminino, em toda a net lusófona tem que ser distinguida.
Muito obrigado à Sofia, em nome da gente as 3+1. Já anteriormente havíamos recebido o galardão blog com tomates. A Shyz agradeceu os ditos, eu agradeço o grelame. Giro e unissexo, né? Agora vamos fazer uma assembleia geral e logo decidiremos nomear mais cinco. As grelistas que botem faladura.
Agora, depois de agradecer devidamente e cumprir o meu dever de cidadania em nome desta instituição, vou cumprir outro dever de cidadania, em nome muito pessoal: o da livre opinião. Alguém me explica porque raio é que estas coisas cheiram sempre mal? Uma coisa "masculina" é "universal", uma coisa "feminina" é só para as gajas? Ora vejam lá: o blog com tomates destina-se a premiar qualquer blog que "luta pelos direitos fundamentais do ser humano". Um blog com grelos, pelos vistos, apenas contempla mulheres e as suas alegadas qualidades exclusivas. Um é universal, o outro é apenas para elas. As mulheres detestam merdas chauvinistas, tipo-o-fado-de-Coimbra-ser-cantado-apenas-por-homens. "Discriminação!", mas é que é logo. Depois adoram clubinhos e de deixar bem claro que somos todos iguais mas as mulheres, oh as mulheres são seres especiais, de sensibilidade e inteligência particulares, não são como os grunhos dos gajos, não comparem, pamordedeus!
E não há maneira de saírmos disto: as coisas "femininas" continuam a ser facciosas. Não? Ora bolas, um dia destes crio um prémio (sei lá, blog com barba, blog com próstata ou outro disparate qualquer) destinado só a homens, a premiar gajos que se tenham distinguido na sua masculinidade. Ui, ui, virão logo aí as feministas a terreiro. Femmes on Fight! Pois, sou eu que sou um chato, já andei a bater no Almodóvar e na pobre da Margarida Pinto Rebelo.

Agosto 29, 2007

Mouro da Linha

A revista Lux diz em título de capa que o "caso de Natasha Kampush" (a miúda austríaca que esteve sequestrada durante anos) "reforça teoria de que Maddie está viva."
O que tem a ver o cu com as calças? Como se pudesse haver alguma "teoria" que se baseasse em dedução tão idiota.
Se esta ideia fosse expressa pelos familiares de Maddie, era compreensível: a esperança alimenta-se de tudo.
Se fosse expressa na rua por um vulgar cidadão, era simplesmente ridícula.
Expressa na capa de uma revista, é obscena, oportunista e irresponsável.
Jornalismo deste devia já vir escrito em papel higiénico, para ter, ao menos, uma função social útil.

Agosto 29, 2007

Cenas Obscenas

Lembram-se disto? Da novela da PT Comunicações e da anulação do contrato do serviço telefónico? Pois há novidades. Um grande final, uma apoteose magnífica, como seria de esperar de uma grande empresa. Nada de desfechos mixurucas próprios da mesquinhez nacional, por exemplo, acabar tudo de forma escorreita, honesta e simples. Um grupo como a PT, símbolo da grandeza lusitana, não deixa os seus créditos por mãos alheias. L'État C'est Lui. Recapitulando: escrevi a carta por volta de 20 de Julho (não me recordo da data exacta, e tenho preguiça de ir verificar), no dia 1 recebi a tal chamada, que se saldou por um comunicado de que num prazo de 48 horas iriam encerrar o serviço.
Case dismissed? Nem tanto. Hoje recebi o epílogo da novela: um aviso de pagamento (respeitante não sei -não é claro, tem adições e descontos- a que dias ou, melhor, horas de serviço) da quantia de 0,92 €. Não são 92 euros, são 92 cêntimos. Contas bem saldadas, portanto, nem um tostão fica por cobrar. Cêntimo a cêntimo se constrói uma grande empresa. Os custos de transferência de semelhante quantia, pelos vistos, são desprezíveis. O que conta é a mensagem que se envia ao ex-cliente: fugiste, cabrão, mas hás-de pagar tudo. Após uns segundos incrédulos, fiquei aliviado. Se recebesse um peixe embrulhado num jornal seria muito pior e, acredito piamente, a PT seria capaz de fazê-lo.
Agora hesito sobre que resposta dar. Balanço entre o pagar por cheque e não pagar. Talvez o processo judicial chegasse às páginas do Correio da Manhã.

Agosto 28, 2007

Cenas Obscenas

O mito do D. Juan e de Casanova (abstraio-me agora do personagem histórico) assenta sobre duas premissas: o ser irresistível e o ter uma potência sexual ilimitada. Numa palavra, o meio e o fim. Sobre a última nãomuito mais a acrescentar. Acho que tudo foi dito sobre a genitalia masculina e as suas características. Apenas assinalo que os maiores sedutores da história da Humanidade estiveram todos, todos eles, em injusta desvantagem em relação a qualquer dos Anzóis da actualidade. Um simples comprimidinho azul pode fazer toda a diferença e as mezinhas, magias, macumbas e poções acumuladas durante séculos nada valem no confronto com a sildenafila da Pfizer. Uma injustiça da História, uma batota de proporções milenares. Resta saber, por exemplo, que parcela das mais de 3000 mulheres que Julio Iglesias afirma ter papado lhe terão caído no regaço depois de 1998.
Posto isto, passemos ao que realmente está em causa, ou seja, os “Conquistadores e Sedutores”. Em boa verdade, é um tema com muita parra e pouca uva. Não devido a falta de interesse, mas apenas porque é um tema em vias de extinção, com os dias contados. Uma raridade da História. Não? Sim. Entendamo-nos: o mito do sedutor irresistível que saltita de mulher em mulher prometendo a todas felicidade eterna e a todas largando na sarjeta, espécie de coleccionador de troféus femininos e corações destroçados é algo do passado. Um passado em que as mulheres eram presas fáceis e frágeis em sociedades de poder masculino dominante, em que as mulheres tinham autonomia social económica muito limitadas e em que a dignidade feminina estava associada à honra (leia-se virgindade ou fidelidade) e ao recato. Hoje em dia, as coisas não são assim, como toda a gente sabe e espera. Não são, pois não? Alguém que me diga que não. Senão, para que serviram a plena cidadania, a emancipação feminina, a igualdade de direitos no trabalho, na família e na sociedade, a pílula contraceptiva, as Spice Girls, a Emmanuelle, a Ellen Ripley e as quotas? São bibelots? Se são, então vamos deixar de tomar alucinogéneos e prepararmo-nos para a ressaca. A minha mentezinha perversa vislumbra uma Terceira Via: há mulheres que vivem em plena paridade com os homens mas mantêm uma nostalgia inconfessada de outros tempos. Vivem no presente mas não reclamam as rédeas do futuro como suas, antes preferem agarrar-se a devaneios românticos extemporâneos onde figuram, entre outros personagens, os malfadados Casanovas e D. Juans.
O D. Juan está
em extinção. Os espécimes que restam padecem geralmente de uma maleita terrível, ainda sem nome, mas que eu posso adiantar como Síndrome Pepe Le Pew. Por muito mal que cheirem, por muito melgas que sejam, por muitos sinais contrários que recebam, nada os convence de que são irresistíveis. E pouco há a fazer, como demonstram os desenhos animados do Looney Tunes.
O
Casanova está definitivamente out. Alguém quer provas? Olhem para cima, estão duas. Dois actores que desempenharam esse papel no cinema, na primeira metade do século passado (quando a espécie ainda existia): à esquerda, Ivan Mozzhukhin e, à direita, Michael Bohnen. Ora, mulheres do meu país, eu pergunto: dão pica a alguém?
Curiosamente
, o estereótipo do D. Juan tem um contraponto feminino, o da femme fatale, depuração liofilizada, na literatura e no cinema, dos medos que as mulheres incutem nos homens. Não é preciso invocar Sto. Agostinho para comprovar isto. A mulher como símbolo do engano, da manipulação, da chantagem. A mulher-aranha puppeteer, que manobra os homens e consegue sacar-lhes o que quer, a qualquer preço. Afinal, os homens sãomassa bruta” e a astúcia, a inteligência, a subtileza e a diplomacia são características desde sempre associadas ao sexo feminino, certo? Gostaria de ver um dia a Margarida Rebelo Pinto a discorrer sobre o assunto. Talvez saísse um pouco da chapa 3 e das receitas estafadas. Ou talvez não para tanto.

Agosto 28, 2007

Cenas Obscenas


Conquistadores e Sedutores”, Sol, 25.08.2007

Para a Margarida Rebelo Pinto, o princípio que deve nortear uma crónica de jornal é apanhar os homens de calças em baixo. Um dever. Uma obrigação. E depois mordê-los onde lhes dói mais. Espetar-lhes uma joelhada onde são mais sensíveis. Apanhar as falhas da couraça, para que o belo sexo possa espetar o florete aguçado. Touché! Toma, filho da puta! As suas crónicas são uma espécie de Manual para Mulheres al Borde de un Ataque Anti-Muchacho. Um colírio para o ressabiamento, o desgosto e a dor (de cotovelo e de outras partes). Isto porque os homens são todos uns cabrões, habituados a séculos de opressão e de domínio. Está na hora de pagarem. Mesmo que sejam estes agora, os das gerações presentes, a pagar pelos antepassados. É tudo a mesma choldra.
Amigas, companheiras, à luta! Em nome da solidariedade feminina. É preciso avisar as irmãs de que andam por conquistadores e sedutores. Esses mesmo, os que caçam as mulheres e depois exibem as respectivas cabeças no salão. Metaforicamente falando, é claro. Ou não, sabe-se . Afinal, são capazes de tudo. Não se percebe bem se seduzem primeiro e depois conquistam ou se fazem o inverso. Um bocado como a Espada e a Cruz, noutros tempos. Ou se uns preferem uma estratégia e outros, a outra. Ou se uma é D. Juanista e a outra, Casanovista, como mencionarei abaixo. Não importa, fuck them all.
Para começar, nada melhor do que lançar um aviso geral sobre os dois espécimes mais perigosos: D. Juan e Giacomo Casanova. “Quem?”, pensou a Cátia Sónia, enquanto secava as unhas e ia espreitando a TVguia Novelas. A clarividência margaridiana esclarece: "o primeiro é espanhol, o segundo é italiano". Obrigado, Margarida, não sabíamos. A fonética dos nomes sempre nos levara a pensar, sem margem para dúvidas, que um fosse alemão e o outro, russo. Segue-se a descrição dos sinais de reconhecimento, para prevenir as incautas. O segundo morreu há muito tempo, o outro é apenas um mito. Mas nunca se sabe, nunca fiando, tratando-se de homens. No pasarán, mesmo que não existam. Se for preciso, ressuscitamo-los para depois podermos abatê-los (afinal, que tem um cavalo que um mito não tenha?). Percebe-se que a Guida fala, afinal, do que chama de "sedutores compulsivos", com as variantes do "sedutor profissional" e do "pirata emocional". Uns malandros.
“D. Juan, misógino até ao tutano, age para castigar, para punir (...). Casanova é mais do estilo sedutor”. As mulheres ficam logo informadas do que se trata. “Um sedutor profissional [terão Ordem, sindicato ou, pelo menos, carta profissional?] ou com aspirações a tal faz sempre sentir à sua presa que ela é a única que vive no seu coração, mesmo que seja apenas por uma tarde bem passada no Motel Classic, ali para os lados de Sintra”. Estamos perante uma expert, portanto, e não de uma novata que se limita a mandar bitaites para o ar, ouviram? E qual o objectivo desta espécie amaldiçoada? “Convencer a donzela [presumo que se refira a todas a mulheres, umas donzelas, umas princesas] de que a deseja de uma forma tão intensa que pode chamar a esse desejo amor”.
A conclusão de tão clarividente, original e perspicaz raciocínio altruísta é simples: Cuidado! Sempre alerta! Há locais que deviam ter placas de aviso para as pobres mulheres desprevenidas. Aqui fica uma sugestão, que deixo acima. Mulheres, não se deixem enganar. Se um desconhecido lhe oferecer flores, isso é Impulse! Errado! Mentira! Vigarice! Não é nada Impulse. É um sedutor a querer arrastá-la para um motel para depois a abandonar na berma. Desconfie e, à cautela, dê-lhe logo um estalo no focinho e um pontapé na colhoada e denuncie-o à polícia (feminina, pois claro).
E afinal, porque é que as coisas se passam assim? Uma vez mais, a boa e sábia Margarida dixit: “Os homens sabem que as mulheres se alimentam de sonho e de amor, que a mulher deseja aquilo que ama e que o homem ama aquilo que deseja”. Que linda e original conclusão. Em bom português, saibam, pois: as mulheres vivem para amar e sonhar, os homens vivem para despejar os tomates. Fode primeiro, e depois logo se verá. Estamos todos esclarecidos. Se alguém ainda não estiver, leia a frase final da crónica, em jeito de epíteto: “conquistador ou sedutor, D. Juan ou Casanova, venha o diabo e escolha”.

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