Lembram-se
disto? Da novela da PT Comunicações e da anulação do contrato do serviço telefónico? Pois há novidades. Um grande final, uma apoteose magnífica, como seria de esperar de uma grande empresa. Nada de desfechos mixurucas próprios da mesquinhez nacional, por exemplo, acabar tudo de forma escorreita, honesta e simples. Um grupo como a PT, símbolo da grandeza lusitana, não deixa os seus créditos por mãos alheias.
L'État C'est Lui. Recapitulando: escrevi a carta por volta de 20 de Julho (não me recordo da data exacta, e tenho preguiça de ir verificar), no dia 1 recebi a tal chamada, que se saldou por um comunicado de que num prazo de 48 horas iriam encerrar o serviço.
Case dismissed? Nem tanto. Hoje recebi o epílogo da novela: um aviso de pagamento (respeitante não sei -não é claro, tem adições e descontos- a que dias ou, melhor, horas de serviço) da quantia de 0,92 €. Não são 92 euros, são 92 cêntimos. Contas bem saldadas, portanto, nem um tostão fica por cobrar. Cêntimo a cêntimo se constrói uma grande empresa. Os custos de transferência de semelhante quantia, pelos vistos, são desprezíveis. O que conta é a mensagem que se envia ao ex-cliente: fugiste, cabrão, mas hás-de pagar tudo. Após uns segundos incrédulos, fiquei aliviado. Se recebesse um peixe embrulhado num jornal seria muito pior e, acredito piamente, a PT seria capaz de fazê-lo.
Agora hesito sobre que resposta dar. Balanço entre o pagar por cheque e não pagar. Talvez o processo judicial chegasse às páginas do Correio da Manhã.