Esta imagem está a causar controvérsia na Austrália e um pouco por todo o mundo. É uma obra exposta numa exposição de arte em Sydney e noticiada em toda a imprensa (ver, por exemplo,
aqui). Há ainda imagens da N. Sra. de Fátima de
burqa e outras pérolas.
Já há uns tempos tínhamos visto um outro personagem sagrado, o Profeta Muhammad,
associado a bombas. Agora é a vez de Jesus Cristo. Não tem explosivos na coroa de espinhos, mas espetaram-lhe com a face do mais consagrado bombista da actualidade. Afinal, Cristo não matou ninguém. O Profeta também não. Mas muita gente foi morta em nome de um ou de outro. E continua a morrer. Embora com outros nomes. Por isso, temos todos telhados de vidro. Felizmente que, por "cá", a indignação causada por este insulto limita-se a protestos e a declarações de intenções. Rotinas de sociedades onde a liberdade de expressão é respeitada. Porém, se a obra fosse de um autor muçulmano, gostaria de apreciar o impacto.
Ironicamente, adivinho que, para os admiradores do notável guerrilheiro (ou execrável terrorista, conforme o ponto de vista), o insulto é inverso. Vê-lo associado a Cristo deve ser uma ofensa intolerável. Um bocado como divulgar, junto dos grupos evangelistas radicais (que os há) imagens do Profeta crucificado. Malhas que a ignorância tece, no final de contas.