"Veruschka" é o nome do tema musical com que assinalei, aqui em baixo, a morte de Antonioni. Faz parte do álbum com o mesmo nome, da autoria de Morricone, que, por seu turno, é a banda sonora do filme "Veruschka, poesia di una dona".Há uns anos passei dias e dias e dias a ouvir este cd, de uma forma que raiou a obsessão e nunca entendi muito bem o que me tinha passado pela cabeça na altura, porque nem sequer é o tipo de sonoridade que costuma caracterizar os meus períodos de obsessão musical. A caixinha neuronal é, não me canso de o repetir, deveras estranha e, por vezes, é melhor não perder muito tempo a tentar entendê-la. Mas afinal o que é que isto tem a ver com o Antonioni? Tudo, porque a Veruschka que é glorificada neste filme e neste cd é Vera Von Lehndorff-Steinort , a escanzelada modelo desta cena do Blow Up e desde esse período obsessivo que não consigo ouvir falar em Antonioni sem começar, de imediato, a trautear alguns temas do Morricone. Reacção pavloviana mesmo!
Sobre o autor da célebre frase que tanto gostas de parafrasear:
«Jacques Séguéla est-il un con ? De deux choses l’une : ou bien Jacques Séguéla est un con, et ça m’étonnerait quand même un peu ; ou bien Jacques Séguéla n’est pas un con, et ça m’étonnerait quand même beaucoup ! »
... cumpre assinalar a ocasião. Não gostando (suportando, talvez fosse palavra ideal) eu de U2, a escolha de ilustração sonora parece-me evidente porque se há canções emblemáticas deste conflito esta é uma delas.
Aqui não há falta de liberdade de expressão e as correias que tolhem os movimentos individuais são deixadas à porta. Se somos uns atados não é por causa disso. Assim, e perante o testemunho da Shyznogud ao mencionar a proibição de exibir o tal filme de propaganda nazi, os nossos serviços informativos rapidamente entraram em acção e apresentam agora, perante vós, uma excelente alternativa. Também é nazi, também é alemão. Também é da década de 1940. Talvez com um pouco menos de propaganda. E decerto muito menos anti-semita. Curiosamente, será talvez muito mais chocante para muita gente.
Eis uma amostra de um dos chamados "filmes de Sachsenwald". Never heard of it? Trata-se de um conjunto de filmes pornográficos filmados na Alemanha nazi e descobertos há uns anos. Este chama-se "Desire in the Woods". Oficialmente, não havia pornografia na Alemanha de Hitler. A política oficial era a da defesa da "família tradicional" ariana, cheia de qualidades. Vícios destes e outras práticas abomináveis, como a homossexualidade, eram coisas oficialmente banidas. O César das Neves devia ter adorado viver por lá, não fosse o seu inconfundível look judaico(-cristão). Mas Hitler também o tinha, não tinha? Porém, há indícios de que o porno era muito apreciado, não só pelos altos quadros do regime mas, também, segundo uma notícia, era inclusivamente trocado no Norte de África por repelente de insectos e outros bens.