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Womenage a Trois

Women's True Banal Stories - womenageatrois@gmail.com

Junho 30, 2007

Shyznogud

Lancemos agora uma vista de olhos ao vestuário. Que extravagância, e, às vezes, que rídiculo!(...) Caíu-me, há tempo, debaixo dos olhos a página ilustrada duma revista feminina, em que se fazia a comparação geográfica das últimas modas das senhoras com os atavios rudimentares que usam as pretas.
Pois é verdade! Quem havia de dizer que o último grito da moda feminina não passa de uma cópia da indumentária africana!
O colar de missanga, indispensável numa menina chique, é usado há muito pelas indígenas da Guiné.(...) Há vestidos de noite, que são puras tangas, caídas livremente dos ombros ou da cintura.
Para ser completa a imitação, podemos acrescentar: quando chega o estio, largam tôda a farpela, ...e vão curtir a pele por essas praias!
Uma autêntica África!

Augusto Durão Alves (Pe.), A Rapariga Emancipada, Torres Novas, [s.n.], 1944

Junho 30, 2007

FuckItAll

"(...) com um mínimo absoluto de veadagem psicanalítica, até porque considero Freud, além de mau-carácter, o gênio mais desperdiçado da História depois de Platão, aquele filho da puta, responsável pelo fascismo tecnocrata da República, babaca, devia ser castigado com uma encarnação perpétua como Ministro da Administração do Brasil. (...) E, quanto a Freud, deixou essa herança desarvorada de falantes nebulosos e nervosos, que praticam seitas obscuras e dedicam as vidas à infelicidade palavrosa. Nunca provaram efetivamente nada e nunca geraram nada de aproveitável além de uns dois filmes de Woody Allen, mas estão aí para ficar, sempre estarão, como as cartomates e videntes e conselheiros sentimentais. Ouvido de aluguel sempre teve um grande mercado, a Igreja tem sacadas geniais, vamos reconhecer, a confissão auricular foi uma delas. Freud não chegou a substituir isso, nunca será suficiente e, além do mais, não se pode perdoar o progenitor do maior acúmulo de asnices labirínticas jamais despejado sobre a Humanidade e de bichas francesas que não entendem o que elas próprias escrevem e de alemães que acham que, pelo fato de terem palavras para designar condições, atos e situações que os outros não têm, entendem mais dessas coisas (...)"

In João Ubaldo Ribeiro 1999 (2000): A Casa dos Budas Ditosos: Lisboa: Publ. Dom Quixote: 144-145.

Junho 30, 2007

FuckItAll

"(...) depois roçava na bunda dele, ele adorava, embora fosse machíssimo como todo português, inclusive os veados - paneleiros, para ficar com a usança portuguesa e emprestar alguma cor local à narrativa -, os paneleiros que se juntam nos arredores do Campo Pequeno, onde se fazem ash curridash d'toirosh em L'shboa e vão trabalhar como forcados, que são uma espécie de veados parrudos que vão enfrentar os touros no peito. Em fila, trenzinho, um encostando a bunda no de trás, naturalmente. E depois vão às tascas, aos copos e à veadagem, são veados machíssimos. Vi muitas belas bundas em Portugal, que lá não são chamadas de bundas, mas de cu mesmo, que lá nem é palavrão, veja como são as coisas, grande país subestimado. Bundas de homens e mulheres. Toda a mulher portuguesa dá a bunda, ou pelo menos dava, para manter a santa virgindade vaginal, como aqui. (...) Eu morei no bairro de Alvalade, dava para ir andando ao Campo Pequeno, cansei de ir às corridas somente para ver as bundas apertadinhas dos forcados. Sou contra essa teoria segundo a qual os brasileiros têm belas bundas e alimentam uma fixação patológica por bundas somente por causa dos africanos. Isto é preconceito, as belas bundas da nossa gente vêm tanto da África quanto de Portugal (...)."*


In João Ubaldo Ribeiro 1999 (2000): A Casa dos Budas Ditosos: Lisboa: Publ. Dom Quixote: 45-46.

*Importa talvez esclarecer que é uma narradora que fala, o que pode não ser claro para quem não conheça o livro. Ou então não importa nada, olhem, já não sei. Pelo sim, pelo não, aqui fica.

Junho 29, 2007

Shyznogud

Junho 29, 2007

Cenas Obscenas

Hoje tive a experiência publicitária do dia. Já bastava ver os cartazes da Superbock verde, com uma mocinha ou um mocinho de língua de fora e uma garrafa pendurada na dita. Certamente a campanha publicitária mais idiota da temporada. Anotei, curioso, o facto de a garota ter o fecho aberto e revelar um pedaço do glúteo mamário e o gajinho, não. Nem um pelinho, nem um crucifixo de ouro pendente, nem um centímetro quadrado de pele, nada. Percebi, portanto, que os gajos escolhem as marcas de cerveja por causa das mamas delas mas que elas o fazem em função das caras de parvo deles. Técnicas de sedução. Está-se sempre a aprender.
Ouvi, na rádio, o spot publicitário que a Electric Co (para quem não sabe, é a loja de artigos electrónicos, de qualidade duvidosa - mas não tanto como a inqualificável San Luis- dos supermercados Feira Nova) promove para vender ecrãs de plasma e televisores. Uma voz decalcada, mas facilmente reconhecível, do nosso Primeiro anuncia o Plano Tecnológico e avança para as fantabulásticas promoções da referida loja. Não discuto o gosto da iniciativa. Apenas a sua eficácia. Conhecendo a primordial desconfiança lusa dos governantes, a tradicional aversão portuguesa aos políticos e o enraizado resmungo a tudo o que envolve dinheiro, fisco e reformas, fiquei perplexo com o que terá passado pelas cabeças dos senhores da loja.
Qualquer espírito sensato percebe que é uma espécie de Síndrome Rantanplan/Dalton, como o sagaz Lucky Luke exprimiu numa ocasião: "é como uma bússola que aponta sempre o sul". A kind of G-spot anti-orgásmico nacional. Mas os senhores lá saberão de seu ofício. Devem ser infiltrados da Worten para minar a concorrência. Ah Belmiro, garanhão, ainda julga o Berardo que te dá lições de finança rasteira.

Junho 29, 2007

Shyznogud

Chegado o Verão os corpos têm tendência a desnudar-se e o meu não é excepção. Não deixo de me divertir (e intrigar) com as reacções do meu filho. Se mostro mais pele do que é "normal" o rapaz arranja maneira de me tentar fazer mudar de indumentária. Claro que não diz "Que horror, mamã, não estás decente!", é mais subtil que isso, olha, volta a olhar e "Gostas mesmo dessa T-Shirt? Eu não... não sei bem porquê mas não te fica bem.".

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