Womenage a Trois

...apresento-vos (para quem ainda não a conheça), Sue Johanson. É um apetite. Falar de sexo na televisão com uma leveza, um humor impagável e um ar de avózinha como o dela não é comum. Nós por cá achamos que tem que ser um Professor (tipo Francisco Allen Gomes ou Júlio Machado Vaz) a falar disto na televisão. O "complexo do canudo", um vício nacional, até nisto. Eles é que sabem, eles é que ensinam o povo, a todos nós que somos uns ignorantes e não sabemos o que é um cunnilingus ou um fellatio. Até nisto somos uns emproados, com expressões latinas. Perguntem a um trolha ou a uma empregada de limpeza o que é um minete ou um broche a ver se não sabem logo.

Adiante. A dita senhora não é uma Professora mas também não é uma Boazona. Daquelas que aparecem a mostrar cm2 de pele, de lingerie, a dar conselhos nos programas. Há uma Justine Sane, nós por cá tivemos a Elsa Raposo e mais umas quantas. Ná. Nada disso. A Sue Johanson é uma velhinha simpática e com montes de piada. Há no YouTube mais uns quantos clips. O meu favorito é este. Vejam o ar com que ela fala do queefing. Algum Professor luso diria isto?

... que falavas, Cristina? Neste caso roubei-a ao Mau Tempo no Canil, onde a tinha visto muito recentemente. Ah! Já espreitei o Wooster Collective e vale mesmo muito a pena perdermo-nos por lá. A propos... o Le Monde Diplomatique (versão portuguesa) deste mês dedica um dossier especial ao tema "Novas Culturas Urbanas" e os "pintores de cidades" não são esquecidos.

Do caraças. A Shyz acaba de meter aqui um post a propósito de uma série polaca no dia seguinte à origem do mesmo, o blog herdeiro de Aécio, ter actualizado a informação. Isto há coisas...
Vai daí, procurei e encontrei. O genérico da dita. Basta procurar pelo nome da série no YouTube (Czterej pancerni i pies) que há lá mais.

Já agora: o do Capitão Kloss está aqui e o do Janosik, aqui.

Dia 28 percebi, tal como muitos que tentaram aceder ao site, que o indymedia.pt tinha desaparecido. Foi aí que começaram a aparecer os primeiros relatos dos acontecimentos. Não sou muito dada a teorias da conspiração mas não me agradou nada a situação. Resolvi esperar para ver se não era apenas coincidência. Não terá sido, tal como acabei de ler no site de que nos deixaram o endereço numa caixa de comentários aí em baixo. De qualquer forma, como é dito por alguém num comentário num novo site, não há grande drama "Que importa que o site para o qual colaboramos tenha caído momentariamente, se existem outros como este? Se a cada site que eles boicotam na tentativa de impedir que a verdade venha a lume, nascem de imediato 2, 3, ….." (excerto de um comentário encontrado no Cravado no Carmo).

Ainda a propósito do Polish polish. Nunca fui dado a anedotas. Então perante aquelas do "estava um inglês, um francês e um português" ou as do "menino Carlinhos", faço logo um esgar. Mas não resisto às de trocadilhos. Eis uma das minhas preferidas:

- Se os naturais da Suécia são Suecos, porque é que os de Marrocos não são Marrecos?

- Pela simples razão de que os naturais de Marrocos são Marroquinos e os da Suécia não são Suínos.

Quando, no sábado, escrevi sobre Geremek, dei uso ao blog search para ver o que mais se escrevia sobre o tema por essa blogosfera fora. Como sempre, quando me ponho a "passear", fui usando várias palavras para a pesquisa e eis que, sem nada o anunciar, dou de caras com um post sobre uma série de que fui fiel espectadora long time ago e que estava enterrada na memória. Só mesmo um acaso me faria recordar Os Quatro Blindados e o seu Cão, que o Herdeiro de Aécio invoca num dos seus posts da série "TV Nostalgia".

Aconselho a todos os que pousarem os olhos por aqui a não perderem o World Press Cartoon, no Olga Cadaval (Sintra) até 13 de Maio. É um espanto. Já todos conhecem os premiados, nomeadamente o grande prémio para a caricatura do urso russo Vladimir Putin a afiar as unhas. Mas há mais. Centenas de cartoons. Uns que fazem rir, outros que fazem pensar, outros que emocionam. Eis um dos meus preferidos. Do brasileiro Dálcio Machado. Chama-se "Líbano". Não precisa de palavras nem legendas, não precisa de imagens chocantes para todos percebermos onde quer chegar.

Que a chamada "lustração" polaca é algo que me inquieta (como me inquietam outras coisas que se passam na Polónia) não é novidade para quem costume passar pelo womenage e é a razão que me leva, hoje, a aconselhar a leitura do texto de Jorge Almeida Fernandes no Público sobre Bronislaw Geremek, antigo ministro polaco dos Negócios Estrangeiros (1997/2000) e actual deputado europeu. Como é um texto grande preferi colocá-lo on-line no nosso "armazém de tralha" e deixar aqui apenas o início, criando um link que permita, a quem não é assinante do jornal, lê-lo integralmente.

Eurodeputado polaco Bronislaw Geremek, 75 anos, historiador, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, figura cimeira do movimento democrático e do processo de liquidação do regime comunista, conselheiro de Lech Walesa, duas vezes preso após a lei marcial de 1981, expulso da Universidade em 1985, assumiu a responsabilidade de ser, uma vez mais, dissidente.
No dia 23 de Abril, recebeu um fax em que a comissão eleitoral polaca lhe comunicou que perdera o seu lugar no Parlamento Europeu (PE) por não ter assinado a nova declaração de "lustração", relativa à colaboração com a antiga polícia secreta comunista.
Geremek explicou aos eurodeputados que recusou voltar a assinar a declaração "em pleno conhecimento de causa". A obrigação de assinar a declaração existe desde 1979 e, como deputado, ministro e, agora, eurodeputado, já a assinou várias vezes. Tendo-lho sido de novo exigida a assinatura em 2007, disse não.

E agora uma confissão intimista: a Polónia dos últimos tempos e a falta de "músculo" da União Europeia para com ela têm sido responsáveis por, pela primeira vez, abalos no meu europeísmo convicto e muito antigo.

Adenda bloguenta: sobre o mesmo tema ler o João Gato no Boina Frígia.