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Womenage a Trois

Women's True Banal Stories - womenageatrois@gmail.com

Novembro 30, 2006

Shyznogud

Ontem, em conversa com a minha mãe, resolvemos fazer umas contas num cenário idílico. É um exercício de absoluta futilidade e sem correspondência nenhuma com a realidade, mas porque não ser um bocadinho idiota já que idiotices é o que abunda?

Ah! Parte idílica do cenário: uma mulher que nunca, mas nunca teve uma relação sexual não protegida (qualquer que tenha sido o método escolhido, pílula, preservativo, DIU, etc... não considerámos o coito interrompido nem o das temperaturas dado o baixo teor de fiabilidade).

Essa mulher terá tido, suponhamos, a menarca aos 15 anos e a menopausa aos 50. Façamo-la ter 2 filhos e iniciar a sua actividade sexual aos 17 anos, tendo 1 relação sexual por semana como média. Pode ser assim? Não há nada de demasiado marginal no seu comportamento? Ok, avancemos, então...

Dos 17 aos 50 anos são 33 anos. Retiremos uns 3 anos por ter tido 2 gravidezes, dá 30 anos de fertilidade, ou seja, 1560 semanas. Como partimos do pressuposto que ela teria uma relação sexual por semana há probabilidades de 1/4 dessas relações ter ocorrido por alturas do período fértil, ou seja, 390. Como era um grande galo que tivessem batido todas em dias férteis, tiremos, sei lá, umas 90, parece-vos bem? Seja! Terá tido, portanto, 300 relações sexuais em período fértil mas sempre, sempre (não esquecer isto que é fundamental) protegida. Consideremos uma taxa de eficácia dos métodos contraceptivos que usa de 99,5%. Se fizerem as contas chegarão à conclusão que há probabilidade que 1,5 relações resultem numa gravidez... que esta inconsciente (não é assim que se costumam ver apelidadas as mulher que engravidam sem o querer?) possa escolher não querer assumir este azar é algo que muita gente anda a defender. Bizarre...

...

Novembro 30, 2006

Shyznogud

Remexer em histórias da "francofonia" trouxe-me recordações que podem provocar meditações. Ser mãe de uma criatura bilíngue é uma experiência única que nos permite observar a beleza da/na simplicidade da lógica infantil. Lógica essa que é, reconheça-se, de cariz a que ninguém possa "botar defeito". Pouco interesadas nos mecanismos de formação das palavras, as crianças muito pequenas escolhem, sempre, o vocabulário que lhes parece mais óbvio. Em putos com mais que uma língua "materna" essa escolha tem piada acrescida porque tomam como referência uma ou outra língua, de acordo com o "mais óbvio" em cada caso concreto. Nos anais da história familiar ficará para todo o sempre a teimosia da júnior que se recusava a enfiar na gentil cabecinha (é mula que se farta!) que o acto de utilizar a vassoura para limpar o chão era varrer e não "vassourar". Ora se em francês de "balai" se ia para "balayer" porque é que nós, os grandes (chatos), insistíamos que em português ela não podia fazer o mesmo percurso mental?

Novembro 30, 2006

Shyznogud

Quem não gosta da língua de Voltaire - e oh se há quem não goste - não pode, contudo, deixar de lhe reconhecer uma inegável virtude num caso particular. Ou seja, não deixa ninguém ir ao engano. Passo a explicar. A minha estreita ligação à francofonia sempre condicionou a forma como olhei para a muito célebre designação de neo-cons. "Cons" sempre foi entendido pelas minhas ligações neuro-vocabulares como o plural do diminutivo de conard, logo, os neo-cons não seriam mais que os "novos cretinos". Uma leitura conceptual simples, concisa e de admirável precisão, em suma.

Novembro 29, 2006

Shyznogud

Para memória futura: este antro é povoado por criaturas de moral mais que duvidosa, que não se coíbem de utilizar os golpes mais baixos que imaginar se pode (se colocar aqui os latidos da jane birkin e o serginho não é golpe baixo, então não sei o que é isso) para violentarem, sim, violentarem os ouvidos de uma inocente e pura blog partner. Pior, ao arrepio de qualquer laivo de decência, ainda o fazem de forma a que o ónus da responsabilidade seja depositado nos (delicados) ombros da mesma partner. Para cúmulo fazem-no durante a hora da refeição da gentil menina que, ao regressar aqui, quase teve uma paragem digestiva - da qual poderia ter resultado sabe-se lá o quê - quando deparou com tão inqualificável espectáculo.
Ah!Como sabes, a vingança é um prato que se serve frio.
(buááá, tinhas logo que substituir o Byrne por esta coisa? não te posso confiar os meus escabrosos segredos, é o que é)

Novembro 29, 2006

Shyznogud

Os novos sabores (Variations) dos cafés Nespresso são uma bosta. Ainda não tive o (des)prazer de experimentar o "Fresco sabor a Anis", mas o "Maçãs saborosas e Canela" e, especialmente, o "Suave Baunilha" chegaram como traumatizante experiência para uma cafeólica assumida.

Novembro 29, 2006

Cenas Obscenas

Responsável do PSD-Madeira desafia o PR a convocar novas eleições regionais, a propósito da aprovação da Lei das Finanças Regionais. Interessante precedente. Esperam-se novas eleições autárquicas de cada vez que se fizer uma Lei das Finanças Locais e, já agora, novas eleições nacionais de cada vez que um governo aprovar um Orçamento Geral do Estado.
O mesmo personagem insurge-se contra o Primeiro Ministro, aka Secretário-Geral do PS, chamando-o de "ditador" e comparando-o a Vasco Gonçalves, tal como ocorreu "em 74, 75 e 76". Presume-se, portanto, que Maria de Lurdes Pintassilgo foi "ditadora" entre 77, 78 e 79 e Sá Carneiro, se não fosse do PSD, teria sido "ditador" entre 80, 81 e 82. Já Cavaco terá sido apenas algo como "primeiro-ministro democratissimamente eleito" poucos meses entre 1985 e 1986. De João Jardim não se sabe bem. Talvez chefie o Governo Regional contra a sua vontade, talvez por aclamação popular irrevogável, talvez por vontade divina, quem sabe?

Novembro 28, 2006

Cenas Obscenas

Este vai sem disparates (pelo menos, conscientes e propositados) à mistura. Toda a gente tem os seus momentos mais ou menos sérios e hoje apeteceu-me divergir um bocadinho do tom costumeiro.
Uma das coisas que considero paradigmáticas do nosso estado geral de ignorância, visível, estendida, divulgada e elogiada é a verborreia oca dos comentadores e jornalistas sobre os assuntos de política internacional, que nos são impingidos como "especialistas que sabem do assunto". Andam às voltas mas não vão ao fundo de nada, ficam-se pela rama, pelos aspectos banais e exteriores, pelos fait-divers. Quando enfiam a unha mais fundo metem água. A actual visita do Papa é um bom exemplo, um entre tantos.
O Papa está na Turquia. Tem os holofotes apontados ao nariz e certamente não cometerá outro deslize infeliz de fazer citações indevidas. Se as fizer, alguém que lhe arranje umas aspas bem visíveis. Porque equívocos daqueles são imperdoáveis. Que o George W. Bush cometa a sua gaffezinha diária, está-lhe na fibra. Mas Ratzinger tem muitos defeitos mas não é idiota. Ora, subitamente, os media encheram-se de expectativas e suspense sobre a recepção. O significado de o primeiro-ministro ter ido ao aeroporto, as palavras do Pontífice, etc. Recolhem depoimentos nas ruas e constatam, não sem algum espanto, que os Turcos e as Turcas são gente como nós, falam, sorriem, têm dificuldades, problemas e opiniões. Lá vão buscar o Ataturk e debitam a prosa batida do costume: "o fundador da Turquia moderna", "pai do único país muçulmano laico", etc. Ufa, somos levados a pensar, até que enfim um país muçulmano mais ou menos decente. São muçulmanos mas não são "radicais", "fundamentalistas" ou, pior, "xiitas", ou seja, "maus como as cobras". Não há turbas ululantes nas ruas, barbudos a gritar, encapuçados de metralhadora a desfilar. Um oásis no meio da barbárie, pensamos. No fundo, são modernos e civilizados (ou querem ser) como a gente. Uma democracia, como nos relembram. Pronto, lá têm aquela coisa da religião esquisita (ninguém é perfeito), mas devem ser tão muçulmanos como nós somos católicos, ou seja, de fachada. Se têm um estado democrático e sem barbudos a esbracejar, opá, escapam.
Isto achamos nós todos e a isto somos levados a pensar. Memória curta. Ninguém diz, ninguém relembra uma coisa: este regime "secular" (ou seja, que não tolera os tais mauzões dos barbudos) é um regime com um triste rasto de repressão e um tenebroso registo de violações dos direitos humanos, dominado pelos militares e com gravíssimos problemas com as minorias, entre outras questões. Adivinham porque é que os cristãos são tão poucos? perguntem aos arménios que eles respondem; e perguntem, já agora, aos curdos o que eles acham da democracia turca. Alguém se lembra do "Expresso da Meia Noite"? Eu vi há muitos anos e nunca mais me esqueci. Durante muito tempo, a Turquia foi a ala leste da NATO e isso bastava para tolerar tudo isto. Hoje, o embrulho e o laço faz-se com outras cores: as do "não-fundamentalismo". Um pouco à semelhança da Argélia, acho eu.
É evidente que o país tem feito um esforço notável para poder integrar a UE. Notável. E presumo que vá pelo bom caminho. Mas ainda muito há a fazer. E eu não me esqueço. Não nos devíamos esquecer. E os noticiários, se se preocupassem realmente em informar, prestavam maior atenção a questões de fundo como esta em vez de se agarrarem a merdunfices de pormenor, a balões insuflados de banalidades, a "análises" alienadas.
E agora calo-me que tive um dia cansativo.

Novembro 28, 2006

Shyznogud

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