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Womenage a Trois

Women's True Banal Stories - womenageatrois@gmail.com

Julho 31, 2006

Shyznogud

Aqui há umas três semanas a FuckItAll escreveu um post que intitulou "O DN e a pedofilia (ou o jornalismo que temos)". É um exemplo, entre tantos, de como em Portugal se associa, numa base sistemática e, digo eu, muito pouco ingénua, a homossexualidade e a pedofilia. Lembrei-me dessse post quando dei com um artigo no Correio da Manhã de ontem que noticia uma operação da GNR em Rio de Mouro, no decorrer da qual foram encontradas duas miúdas, de 12 e 14 anos, a trabalhar num bordel ("discoteca") ilegal (claro que era ilegal, todos o são por estas paragens. Se o devem ser ou não isso já é outra conversa). É curioso reparar que num país que tem andado, nos últimos anos, a encher a boca com a palavra pedofilia, esta não tenha sido uma única vez usada no artigo. Sintomático, digo eu... não será alheio a esse silêncio o facto das protagonistas deste caso serem do sexo feminino. Não estou a insinuar que é um exemplo acabado da discriminação feminina. Nope, a diferença de tratamento informativo tem a ver com isso, sim, mas não só, é bastante mais perverso, complicado, matizado e fundamentalmente lesivo para os homossexuais... masculinos!

Vou fazer saltar este comentário cá para fora por uma óbvia questão de justiça. Escreve a Fernanda Câncio nesta caixa de comentários o seguinte:

cara shysnogud

só agora dei com o post em que a fuckitall se refere a um texto do dn intitulado 'homossexuais masculinos procuram menores...' ou coisa que o valha. o texto, que não vinha assinado -- nem na internet nem no jornal -- é meu. e tem esse título e as características que foram apontadas porque era um texto secundário, que acompanhava um maior intitulado 'o estranho mundo da pedofilia segundo o sis' -- ou seja, segundo o serviço de informação e segurança. a ligação entre um texto e outro, em página, assim como o pós-título, permitia a leitura exactamente oposta à que a fuckitall fez. o título, de facto, não foi inocentemente escolhido. é aquele porque é um bom exemplo do carácter discriminatório do relatório do sis. a descontextualização on line é que estragou (quase) tudo. que se há-de fazer? o melhor é comprar a edição em papel, digo eu. sempre se fica mais bem informado.

Julho 31, 2006

Cenas Obscenas

Não acredito que o mais empedernido dos ateus fique insensível a isto. A mim, não fossem as raízes da verdadeira Fé estarem suficientemente sólidas, vivificantes e nutridas e decerto teria ligado para o numerozinho de telemóvel que vem no final, tanto mais que o folheto termina com o cupão da praxe para pedir mais informações, neste caso, cito, "Peço o favor de me enviarem mais informação sobre como posso entrar num relacionamento pessoal com Deus". Será o nº do telemóvel divino? Admirei-me por não estar "O Grande Mister" em vez de "Deus", e ainda hoje penso que foi um erro final ou, se quiserem, "uma falha na concretização"de quem concebeu esta pérola evangelizadora.
Não tenho grandes observações a fazer ao maravilhoso texto, mas não resisti a esboçar um sorriso com a de que Cristo terá levado "voluntariamente um cartão vermelho". Melhor e mais eficaz parábola não pode haver. Todas as histórias de sacrifício, de abnegação, ou de entrega a uma causa superior não são mais do que "cartões". As misérias do nosso tempo são "cartões amarelos", o 11 de Setembro foi um "cartãozão vermelho grandalhão", os milhões de refugiados que há por esse mundo fora correm sérios riscos de verem um cartão e os bombardeamentos no Líbano não causam mortes, apenas saídas precoces do jogo.
Pormenor final: lê-se, em letras pequeninas, o seguinte: "NOTA: a mensagem cristã deste folheto não é necessariamente subscrita pelas figuras que aparecem nas fotos". É sempre bom a gente ficar a saber.

Julho 31, 2006

Cenas Obscenas

Agora que a ressaca do Mundial já passou, é hora de balanço. Não os do costume, mas sim uma reflexão profunda sobre as grandes questões da existência humana. Por outras palavras, sobre futebol e Fé. Sim, sim, isso mesmo.
Vem este paleio a propósito de uma preciosidade que me apareceu na caixa do correio em 2004, aquando do Euro, e que religiosamente (sim, é para ler no sentido literal) guardei. E nesta época de futilidades estivais e de silly season estéril, divulgo, a vós e ao mundo e em primeira mão, o documento. Eis o frontspício, para começar. As partes mais interessantes serão compassadamente colocadas aqui para serem devidamente apreciadas e o seu significado profundo, interiorizado por cada um. Os comentários virão no final.

Julho 31, 2006

Shyznogud

Julho 30, 2006

Cenas Obscenas

Já alguém viu o novo cartaz da cerveja SuperBock?

Fiquei a pensar no que dirão as feministas da nossa praça quando virem semelhante escandaleira. Para adiantar serviço, eu faço uma descrição sumária: chama-se "Playbock" e insinua um seio feminino, fresquinho, a "escorrer". Insinua, não, mostra mesmo, um "seio de cerveja" geladinho a escorrer... já procurei mas não encontrei uma imagem adequada para ilustrar a coisa. Pois eu achei divertido. O meu pensamento foi "mas que raio mais irão estes gajos inventar para venderem bjecas?". Como se fosse preciso, em pleno Verão. Mas convenhamos que comparar uma cerveja a um corpo feminino é uma coisa que não lembra ao diabo, quanto mais não seja pela diferença de temperatura (só se fizer alusão a uma "mulher frígida" mas não me parece que seja essa a intenção); a um seio é ainda mais risível, porque dá a ideia de.. oh de uma "mama que dá cerveja em vez de leite", o que é, no mínimo, original (mamar cerveja deve ter tanta piada como bebê-la por uma palhinha). E quedo-me já aqui com outros paralelos do verbo "mamar" porque trazem alusões fálicas acopuladas, perdão, acopladas e já me estou para aqui a baralhar, reset, reset.

Julho 30, 2006

Shyznogud


Andava à procura de uma imagem que - seguindo a famosa máxima de que uma coisa dessas "vale mil palavras" - ilustrasse um post sobre "Vacas Sagradas" e encontrei a imagem que aqui vai. Parafraseando uma célebre, "no aproveitar é que está o ganho": espeto aqui com a imagem que muito me agradou, não deixando, contudo, de vos remeter para um belo exemplo de como esta nossa ditosa pátria pode não ser Nova Deli mas assemelha-se qb. Espreitem a caixa de comentários deste post no Portugal dos Pequeninos. É um exemplo entre muitos outros já que quem se atreveu, oh infâmia, a não se mostrar muuuito escandalizado perante as declarações da homónima de alguém que eu conheço de ginjeira (oh se. Agora nem ficava mal e dava assim um toque erudito, que vai sempre bem com tudo, referir a célebre máxima socrática) viu-se quase trucidado em praça pública. O clamor de sexta foi tanto que me faz um pouco de impressão o silêncio com que a carta aberta de Maria João Pires, hoje publicada no Público, foi recebida. Hum... será porque não fica tão bem no retrato defender, acérrima e publicamente, quem termina uma carta com laivos anti-patrióticos agora que o patriotismo está muito in? ("Gostaria de dizer que posso trabalhar e colaborar no projecto Belgais sem gostar de Portugal", MJP dixit). Não, devo estar a ser injusta, é domingo, dia do senhor, logo pouco dado a indignações violentas.

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