Julho 02, 2009
Shyznogud
Começo a ver as Tardes da Júlia (don't ask why, pliiize) e percebo que estou a assistir a uma conversa, aparentemente inspirada por uma reportagem da Sábado, que gira em volta de uma graaaande novidade: em época de exames há tendência para alguns alunos recorrerem ao consumo de certos medicamentos.
Fiquei com ar de ursa a olhar para aquilo, não tanto pelo tema em si, mas pelo facto de aquilo ser apresentado como uma espécie de modernice recém-chegada. Sei que a muitos de nós, pais de adolescentes, não é fácil admitir que não somos seres imaculados, que já fumámos charros, apanhámos bebedeiras ou... engolimos uns dininteis porque sim ou porque as noitadas de estudo a isso convidavam. Ok, admitamos que este esconder do passado dos papás e mamãs é lícito por motivos relacionados com a velha história de "dar o exemplo" (muito discutível mas, pronto, admitamos). Só que os jornalistas não têm esta desculpa para reescrever a história dos comportamentos juvenis. Só gente que não faz o mínima ideia do que se passava na década de 80 (falo desta porque é a "minha") é que pode falar nestes consumos sazonais como uma novidade e gente não faz ideia do que fala é melhor, então, não falar de todo.
Ainda me lembro de quão apreciadas eram as mães gordinhas dos nossos amigos, sérias candidatas a que lhes fossem passadas receitas de Dinintel.